Estórias e Contos Tradicionais Portugueses
Conto - A Cabrieira
Sensivelmente a meio da distância delimitada pelo Poço Escuro e o Penedo da Bica, situa-se a Cabrieira. Uma zona montanhosa, repleta essencialmente de pinheiros, mato e pedras, salpicada de carquejas, estevas e azinheiras.
Aos pés da Cabrieira, com caudal muito diversificado, corre um pequeno ribeiro que herdou o seu nome e desagua num dos muitos braços do Zêzere.
Esse ribeiro revestia-se de grande interesse para as populações dos lugarejos circundantes. Era nele que tomavam banho, pescavam e tiravam água para regar as terras semeadouras contíguas.
Era também nas margens que existiam várias azenhas, que desempenharam papel muito importante contra a fome durante a guerra, e junco, muito junco, uma espécie de erva que chegava a atingir um metro de altura e nascia e crescia dentro ou muito próximo da água. Era usado para embelezar a atapetar o chão nos dias de festa, e junto das portas principais na altura da páscoa, mais propriamente quando o Senhor Prior vinha dar as boas-festas.
Nessa altura, dezenas de pessoas desciam as encostas e espalhavam-se ao longo do ribeiro a cortá-lo. E que belo era vê-las de saias e calças arregaçadas, sorrindo, brincando, entoando canções e até arranjando namoricos.
Era na Cabrieira que morava o senhor Manuel Silva.
Parece terem existido por ali outros moradores, mas neste tempo a sua era única naquele sítio. Situava-se junto ao ribeiro, não tinha qualquer pintura e, como era usual na região, tinha os currais dos animais por baixo e as pessoas por cima.
Será difícil admitir a existência de alguém naqueles isolados sítios, e muito menos de uma casa só.
Mas era na verdade assim.
E fossem lá dizer ao senhor Manuel que havia coisa melhor. Para ele, o facto da escola, a Vila e as primeiras aldeias ficarem a quilómetros não tinha qualquer problema. A sua grande companhia, o que para ele tinha significativa importância, era o sol.
Passava horas a olhá-lo, a admirá-lo, e dizia que por ali era mais sublime, diferente!
Por ser proprietário da maioria das terras existentes à sua volta, o senhor Manuel era considerado uma pessoa rica.
Mas ninguém se atrevesse a chamar-lhe tal.
Andava descalço, quase sempre em cabelo, pobremente vestido e trazia um cajado na mão. Dava gosto olhá-lo, estar junto dele. Tinha ar dolente, voz pausada e olhos muito profundos onde se lia amor e justiça.
Só o viam encostado aos penedos a admirar a natureza e principalmente o seu amigo sol.
Dizia ele:
-Vejam por exemplo quando o sol se põe, a festa que ele faz, as vestes coloridas, variadamente coloridas que ele usa para se despedir de nós! A vida do sol é o puro retrato da nossa, funcionando a noite como intróito, o espaço onde é preparada a nova chegada…
Ditos, Ditados e Provérbios Portugueses
Lua nova trovejada trinta dias é molhada... se for antes,
se for depois não é nada.
Sugestão de Culinária
Prato de Grão com Massa
O grão deve ficar de molho de véspera.
No dia seguinte coze-se o grão com carne de porco e chouriço.
Quando a carne e o grão estiverem cozidos, retiram-se a carne e o chouriço, cortam-se aos pedaços e misturam-se novamente no grão.
Acrescenta-se arroz e massa,- macarrão -, e assim que estiver cozido, serve-se de imediato.
Poesia
Estou Só
Quando estou só
o tempo é meu
e o espaço também.
Eu sou só minha
e o Universo sou Eu!
Posso abrir a janela
e deixar entrar todo o ar
posso ler, sonhar, acordar
voltar a ler e a adormecer.
Posso não dizer nada
mas, tudo posso escrever!
Tenho tempo e espaço para olhar
para compreender, para pensar e rezar
simplesmente Agradecer!
Posso Pedir
até chorar ... sem que haja algum ruído a interromper!
Ana Godinho
Sugestão de Fim de Semana / O que visitar na minha Cidade?
Foto da Semana
No dia 2 de abril, a nossa Universidade festejou o seu 6º Aniversario, com as participações das Universidades Seniores de Tomar, Entroncamento e TunAlbirka de Alverca.
Sugestão de Culinária
Bolo de pão ralado e canela
Batem-se 6 gemas com 250 g de açúcar.
Junta-se uma chávena almoçadeira de pão ralado fino com 2 colheres de chá de canela e 1 colher de chá de fermento.
Adiciona-se 1 copo pequeno de óleo e bate-se bem.
No fim, envolve-se a mistura com as 6 claras em castelo.
Vai ao forno em forma redonda untada com manteiga e polvilhada com farinha.
Nota: Fica mais requintado se juntar 1 pouco de vinho do Porto ou se rechear com ovos moles.
Foto da Semana
Momento de Convívio na AGITAR